A algumas semanas atrás, estava a caminho da rádio Adoração Online, quando um senhor dirigindo o fusca bateu no meu carro. A princípio, no exterior, o carro estava apenas arranhado, o defeito maior eu descobri quando fui dirigir novamente: A roda dianteira estava desalinhada.
O grande problema de dirigir com a roda desalinhada é que o carro sempre tende mais para um lado do que para o outro, fica impossível ficar em linha reta, a não ser que haja um esforço constante para segurar o carro. Quando isto acontece, não dá para relaxar nem um minuto, dirigir se torna um fardo, é ruim, é estranho...
O termo jugo desigual tem a ver com um meio de transporte de cargas muito usado na epoca de Jesus, assim como continua sendo utilizado mesmo nos dias de hoje em muitos lugares: Animais puxando carga, e quando a carga era muito pesada, dois animais faziam o trabalho juntos. Jugo desigual, tecnicamente, acontece quando dois animais com características distintas são presos juntos para puxar uma carga: Animais com alturas diferentes, níveis de força diferentes, etc... O que acontece, é que a viagem se torna um fardo, a carga demora, um animal trabalha em dobro e se esgota, a viagem inteira é muito dolorosa e estressante em todos os sentidos.
A Bíblia utiliza isto como ilustração ao mencionar o relacionamento de Cristãos com Incrédulos:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que consenso há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois o santuário do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor. Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17).
Este príncipio, pode ser aplicado em alguns aspectos de nossas vidas, mas vou me limitar a escrever sobre a aplicação dentro do contexto de namoro e casamento entre Cristãos com Não-Cristãos.
Durante minha vida, especialmente minha adolescencia, já cheguei a ter sentimentos por mulheres de fé diferente, pessoas maravilhosas, com caráter e personalidade, mas não pude me relacionar em um nível maior do que a amizade pois sabia que, a longo prazo, as coisas poderiam complicar. Complica por diversos motivos, pois a minha fé na Bíblia, e em Jesus, dita como eu vou utilizar meu dinheiro, educar meus filhos, oque vou fazer no final de semana, dita todas as decisões e aspectos de minha vida.
Durante o namoro, todas as coisas são mais fáceis e romãnticas, mas dentro de um casamento, a figura muda bastante. Quando pessoas de fé diferente, que realmente levam sua fé a sério, tentam um casamento, a vida trava em algumas áreas. Alguns casos que ouço constantemente:
- Meu marido não quer que eu vá mais na igreja.
- Minha esposa briga por que eu dou o dízimo.
- Eu quero levar meu filho no culto, minha esposa quer levar no centro espírita.
- Meu marido gosta de levar os amigos em casa para fumar e ficarem bêbados.
- Minha esposa gosta de levar quadros e roupas da umbanda pra dentro de casa.
Estes são apenas alguns, de vários casos de desigualdade que a longo prazo, com os anos de convivência, vão se tornando cansativos e desgastando o relacionamento. Claro que já escutei casos em que o parceiro se converte, mas já escutei o oposto também, diversas vezes. Creio que, as pessoas que arriscam, estão colocando a sua fé em risco, e indo contra um príncipio importante. As minhas dicas para pessoas que estão envolvidas emocionalmente com uma pessoa de outra fé:
- Peça para Deus converter a pessoa, ANTES de assumir um compromisso, ou se envolver mais profundamente.
- Não diga para a pessoa que você vai namorar com ela depois da conversão, pois a pessoa pode fingir que se converteu para começar o namoro, especialmente se você for mulher, e for muito bonita.
- Creia que Deus tem para sua vida, uma pessoa que o sirva e o ame, e não aceite nada menos do que isto. Deus não vai fazer as coisas "pela metade."
- Peça para Deus sondar seu coração, e ver o motivo que te levou a se interessar por esta pessoa. Será que esta pessoa tem as características necessárias para um bom casamento, ou você está escolhendo de uma forma errada, impulsiva e influenciada pela mídia.
Lembre-se: Casamento é coisa séria, e é para sempre! O divórcio desgasta, machuca você, seus filhos e seus amigos. Tome decisões com sabedoria e, acima de tudo, com os princípios de Deus para sua vida, pois a sua vontade é boa, agradavel e perfeita! Nunca namore por esporte ou carência afetiva.
Texto do Pr. André Queiróz
Retirado do blog: http://www.andrequeiroz.org/2010/10/jugo-desigual.html
Fiquem com Deus =*
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