quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Série Apologética (5) - Transubstanciação

Tema: Transubstanciação

Questão em estudo: Podemos crer que comemos a carne e bebemos o sangue do Senhor Jesus?

Texto base: "E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim" (1Co 11:24,25)

Afinal, quando ceiamos na igreja evangélica, seja semanalmente, mensalmente ou anualmente, o que estamos ingerindo? O pão, comprado pronto ou produzido com ingredientes comprados no mercado, e o vinho (ou suco de uva) cultivado e trazido para e igreja é ou não é, autenticamente, o corpo e o sangue de Cristo, ingeridos por nós?

Algumas vertentes religiosas acreditam e pregam indiscriminadamente que os alimentos consagrados e ingeridos na Ceia do Senhor são, de fato, o corpo e o sangue de Cristo sob aparência de pão e vinho, contendo seu corpo, sangue, alma e divindade, o que se entende por "Transubstanciação".

Tal crença leva fiéis a, inclusive, adorarem os alimentos presentes na ceia! Mas, afinal, o que o nosso manual de vida e de fé diz a respeito? Será que a Bíblia Sagrada concorda com esse ensinamento, apoiando-o?

“Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor” (1Co 11:29)

Esse texto, se analisado fora de contexto, pode parecer estar dando apoio a essa doutrina em questão, mas, se pararmos para estudar o contexto da passagem e um pouco da história e costumes de Corinto, perceberemos que se tratava de uma cidade na qual não havia uma plena consciência do verdadeiro papel da celebração. Eles se embriagavam, extrapolavam na festa e ignoravam o verdadeiro significado de tudo. Por isso, Paulo os exorta a "discernirem o corpo do Senhor"! Para que entendessem que tomavam a ceia com um propósito definido, para não tomá-la indignamente. Não significa acreditar que estavam comendo realmente o corpo e bebendo realmente o sangue de Jesus.

Uma passagem "polêmica" que permite extrair conclusões erradas se afastada de seu contexto é a passagem de João 6, versículo 51 ao 58, na qual Jesus se auto-intitula o Pão da Vida. Antes de tirarmos tais conclusões, é pertinente analisarmos o porquê de Cristo ter usado essa metáfora em especial. Entendemos esse propósito analisando a passagem imediatamente anterior. Jesus havia multiplicado pães e peixes e a multidão que o acompanhava, naturalmente, ficou maravilhada com tal feito. Infelizmente, boa parte o seguia por um deslumbramento, uma atração. Por isso, ele disse:

“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo” (Jo 6:26,27)

E assim começou sua metáfora. Entendemos através de outros dois versículos o que Jesus queria dizer:

“Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede” (Jo 6:35)

"O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida" (Jo 6:63)

Fica claro que o comer sua carne e beber o seu sangue, nesse contexto especificamente, refere-se simplesmente a vir até ele e crer em suas palavras! O que ele disse não era carnal, não era material. Era espírito e poucos o entenderam. Hoje em dia ainda é difícil para alguns compreender a Jesus. Essa passagem também é confundida como sendo uma referência a Ceia do Senhor, mas não é. Refere-se a salvação através da pessoa de Jesus Cristo e nada tem a ver com a celebração da ceia, são contextos diferentes.

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade" (Ef 2:14)

“E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. (...) Agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis” (Cl 1:20,22)

Jesus nos salvou através do seu sacrifício. Jamais nos incentivou a acreditar que um pão físico contém seu corpo em sua essência. Para ilustrar a salvação em sua pessoa, Jesus usou outras metáforas, como a da Porta, da Água Viva, etc. Basta sermos humildes e cuidadosos para interpretar corretamente essas passagens para não vacilarmos incorrendo em erro.

Não Vacile! Abraços,
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