quarta-feira, 4 de maio de 2011

Jesus, aquele que experimentou o sofrimento


O fato de Jesus ter acabado na cruz constitui para muitos uma provocação. Por isso, estes não podem suportar que a cruz esteja presente nas salas de aulas, nas casas, nos cimos dos montes. A cruz de acordo com estes, glorifica o sofrimento. Isso não seria bom para as pessoas. Isso as deprime e as torna agressivas.

O sofrimento deve ser aceito e suportado. Ele nos aproxima de Deus. A glorificação do sofrimento tem prejudicado muitas pessoas.

Jesus como sofredor, é mais humano e mais real que buda. "Buda evitava o sofrimento para si mesmo e, com isso, negava também a si próprio a alegria. Mantinha-se distante dos sofrimentos e emoções, não sendo portanto, verdadeiramente humano" - Carl Gustav Jung
"O sofrimento precisa ser superado, e só é superado aquilo que é suportado" - (Cartas I) E Jung aponta então, para o crucifixo na parede de sua sala de trabalho. Só do crucificado, disse ele, nós podemos aprender a conviver corretamente com o sofrimento.

Jesus foi experimentado no sofrimento. Não procurou se esquivar ao sofrimento dos homens, mas expôs-se a suas enfermidades e miséria. Não se esquivou ao seu próprio sofrimento, mas também, quando os saduceus o levaram à morte, quando Judas o traiu e quando os discÍpulos o abandonaram. Percorreu todas as situações humanas de sofrimento: Solidão, Abandono, Condenação, Rejeição, Ofensas, Incômodos, Escárnio, Desnudamento, Ridiculaziação, Transpassamento, Crucificação. O ponto alto do sofrimento de Jesus, foi a morte. Naquele momento, ele estava suspenso na cruz, sob os olhares e o desprezo de seus adversário, abandonado pelos amigos.
A experiência do sofrimento de Jesus foi, para os primeiros cristãos, algo que lhes trouxe consolo e coragem. Preservou-se os de reprimir o sofrimento. Deu-lhes força para suportá-lo em um mundo que lhes era hostíl. Jesus, experimentado no sofrimento, não seduziu os primeiros cristãos a um comportamento masoquista. Pelo contrário, fortaleceu-os para que assumissem a si próprios e a sua fé, mesmo quando perseguidos e atacados. Com os olhos voltados para o Jesus sofredor, conseguiram manter sua dignidade como pessoas humanas, mesmo quando o mundo hostil tentou tirá-la deles.

Meditar sobre o Jesus sofredor ajuda-me a dizer sim àquilo que me atinge. Então o sofrimento não me deixa amargurado, mas se ergue dentro de mim rumo ao meu verdadeiro eu, que, apesar de todas as doenças e necessidades, se mantém intacto no fundo de minha alma. Deus se manifesta de maneira nova, ou seja, como alguém que, mesmo no sofrimento, me sustenta com sua bondade e me ampara com a sua mão.

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Isaías 53.3

Analisar o contexto de Cristo, é muito "fácil", eu diria. Afinal, Ele era o Filho de Deus. Mas, permita-me apresentar o Apóstolo Paulo, que também experimentou o sofrimento. 

"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." - Filipenses 4. 11-13

Até que ponto você se esquiva ao sofrimento, tanto ao de seus semelhantes quanto ao seu próprio? Você reprime os sofrimentos? Ou vive com medo de que o sofrimento possa atingi-lo? Como você lida com esse medo?

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Habacuque 3.17
 

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