sexta-feira, 23 de julho de 2010

Série Apologética (2) - Comunicação com espíritos

Tema: Comunicação com espíritos

Questão em estudo: A opinião bíblica a respeito da comunicação com os espíritos

Texto base: "Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; (...)" (Lv 20:27)

Desde os primórdios, a humanidade desenvolve uma espécie de idolatria ao sobrenatural, ao desconhecido. Existe o interesse doentio em coisas, fenômenos e entidades que dizem pertencer ao chamado "mundo dos mortos", "mundo dos espíritos", "além" ou qualquer coisa que você com certeza já ouviu falar. Aí mora muito perigo. Esse culto é servido a algo ou alguém desconhecido, que os prestadores jamais terão capacidade de distinguir.

Alguns grupos religiosos, inclusive, declaram que a Bíblia Sagrada apóia e dá base para a prática da evocação de espíritos e comunicação com os mesmos. Citam de maneira completamente distorcida, geralmente, o texto em 1Sm 28:8-25 (leia!), passagem na qual Saul, desesperado por não receber respostas de Deus nem por sonhos, nem por seus sacerdotes, nem por profetas (v. 6), resolve, por conta própria, recorrer a um recurso extremamente repudiado e condenado por Deus, a consulta a uma pitonisa (médium). Durante toda a sessão, apenas a mulher vê algo e dá uma descrição vaga e imprecisa dos traços do espírito que aparece e fala com ela, o que foi suficiente para iludir Saul, que pensou tratar-se de Samuel.

Há algumas razões que demonstram fraude ou manifestação demoníaca naquela ocasião:
- Saul perdera a graça de Deus (15:23), por isso o silêncio do Senhor para com ele (28:6).
- Não se pode entender que Samuel, um homem santo durante toda a vida, pudesse, depois de morto, prestar-se a obedecer a pitonisa - mulher abominável -, cometendo um pecado claramente proibido por Deus (Ex 22:18; Lv 20:27; Dt 18:19-22; Is 47:13).
- Não se pode conceber que Deus tenha proibido a feitiçaria e a consulta aos mortos e, depois, permitir que a feitiçaria trouxesse o espírito de Samuel (Tg 1:17).
- No texto estudado, a mulher diz: "Vejo deuses que sobem da terra". Quem eram esses deuses? Só podiam ser demônios, passando-se por espíritos de luz ou adivinhadores (2Co 11:13,14; Mc 5:9; Lc 8:30). O diabo pode transfigurar-se em anjo de luz (2Co 11:13,14).
- Os mortos não se comunicam com os vivos (Ec 9:5-6; Lc 16:19-31; Hb 9:27; Mt 25:41-46).
- O resultado dessa consulta foi trágica para Saul (1Cr 10:13). De acordo com Dt 18:20-22, as profecias devem ser julgadas e essas do falso Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infundadas: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (1Sm 28:19) mas se matou (31:4), indo parar nas mãos dos homens de Jabes Gileade (31:11-13). Não morreram todos os seus filhos - "tu e teus filhos estareis" (28:19) - como insinua a obscura profecia. Pelo menos três ficaram vivos: Is-Bosete (2:8-10), Armoni e Mefibosete (21:8) e apenas três morreram (31:6; 1Cr 10:2-6). As Escrituras declaram que as palavras de Samuel nunca caíram por terra (1Sm 3:19).

A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Lv 19:31; 1Cr 10:13,14) e qualquer tentativa de estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos divinos e suas trágicas consequências não se farão esperar. O profeta Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivios se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!" (Is 8:19,20)

Para demonstrar como as pessoas que praticam tais atos realmente não sabem o que estão fazendo, o mal que causam a si próprias, citarei alguns trechos de obras de Allan Kardec, um dos maiores, senão o maior incentivador da consulta aos espíritos: "A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com frequência, esclarescê-la, especialmente quando sao espíritos superiores antigos em relação à nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não têm nome conhecido para nós, e, a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o de um espírito conhecido, que pertence à mesma categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por exemplo, não há mais nada que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome. Pode ser um espírito do mesmo nível, por ele enviado" ("O Que É o Espiritismo", p.318. Editora Opus Ltda., 2a edição especial, 1985).

Poderia citar aqui outras afirmações semelhantes do mesmo autor admitindo que mexe com coisa que não conhece, ou que apenas acha que conhece (e posso fazê-lo se você quiser, basta comentar o texto e pedir), mas creio que essa já é suficiente.

Portanto, vigie para não vacilar. Não caia em conversas, em promessas ou em propagandas enganosas a respeito de algo que não diz respeito a Deus, que o nosso Senhor condena. Isso nao é cristão e é bíblico somente quando a Palavra trata de condenar essa prática. Não se engane!

Não sucumba a esse tipo de coisa e não deixe que seu irmão venha a cair também. Lembre-se, nosso Deus é maior do que tudo! Ao seu lado, não devemos temer mal algum! Você tem o apoio daquele que é sobre tudo e todos.

Não Vacile! Abraços,
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